Coronavírus: o que é um vírus endêmico, como pode se tornar o Sars-Cov-2

SARS-CoV-2 foi listado como um vírus com potencial endêmico pela OMS

O novo coronavírus ainda vai ficar por muito tempo “à solta”, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em todo o mundo, mais de 4,2 milhões de pessoas já foram infectadas, das quais 300 mil morreram.

Os especialistas não sabem ao certo quando o contágio pode ser interrompido e agora dizem que o vírus pode nunca desaparecer.

“O coronavírus pode se tornar outro vírus endêmico em nossas comunidades e nunca desaparecer”, disse Michael Ryan, diretor-executivo da OMS.

“Acho importante sermos realistas e não me parece que alguém possa prever quando a doença desaparecerá”, acrescentou.

Mas o que é um vírus endêmico?

A definição pode ser encontrada no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Endêmica “refere-se à presença constante e/ou prevalência habitual de uma doença ou agente infeccioso em uma população de uma área geográfica”, explica o CDC.

Eles também incluem o termo “hiperendêmico”, que se refere a níveis altos e persistentes de ocorrência da doença.

Nas palavras de Rosalind Eggo, especialista em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, “a infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o ano todo, o tempo todo, ano após ano”.

No Brasil, a dengue é um exemplo de uma doença endêmica, pois acontece em determinadas regiões todos os anos.

A existência de um vírus endêmico não deve ser confundida com a de uma epidemia ou pandemia.

Apesar do Sars-CoV-2 ter potencial para se tornar um vírus endêmico, isso não significa que seja incontrolável , disse Ryan, da OMS.

E ele mencionou o caso do HIV, o vírus que pode causar a Aids, em seu discurso.

“O HIV não desapareceu, mas encontramos uma maneira de conviver com o vírus. Encontramos tratamentos e métodos de prevenção. As pessoas não se sentem assustadas como no início e podemos garantir a vida de quem vive com o vírus”, explicou ele.

O HIV é conhecido há quatro décadas e ainda não existe uma vacina para combatê-lo.

HIV foi diagnosticado em dezenas de milhões de pessoas nas últimas quatro décadas

HIV foi diagnosticado em dezenas de milhões de pessoas nas últimas quatro décadas

Segundo dados da OMS, até 2018 a Aids havia matado mais de 32 milhões de pessoas e cerca de 40 milhões viviam com o vírus.

Apesar de “continuar sendo um dos maiores problemas de saúde pública do mundo”, diz a OMS, “a infecção pelo HIV se tornou um problema de saúde crônico suportável que permite que as pessoas que tenham o vírus levem uma vida longa e saudável”.

Isso ocorre porque a medicina conseguiu desenvolver diagnósticos precoces e tratamentos paliativos. No entanto, não há cura.

Aqui, citamos outros exemplos de infecções endêmicas mencionados pelo especialista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Varicela

Uma doença causada por um vírus endêmico que existe há séculos é a varicela, que se espalha na população por meio da disseminação do vírus contagioso varicela-zoster (VZV).

“A varicela pode ser grave, especialmente em bebês, adolescentes, adultos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido”, explica o CDC.

Pessoas que nunca tiveram a doença, ou que não foram vacinadas para preveni-la, são os receptores do vírus e frequentemente o contraem ao tocar ou inalar partículas de bolhas de varicela.

Isso porque o doente desenvolve 250 a 500 bolhas que causam muita coceira. Ao coçá-las, essas partículas são liberadas.

Os países com recursos insuficientes, carentes de ampla vacinação, são os mais afetados pelos surtos endêmicos do vírus.

OMS: Mundo bateu recorde de novos casos de covid-19 em 24 horas

O mundo bateu o recorde de registros de novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, informou a OMS (Organização Mundial da Saúde). Foram 106 mil novos registros, a maioria deles concentrados em apenas 4 países. De acordo com o mapa disponível na plataforma online da OMS, estes países seriam os Estados Unidos, Brasil, Rússia e Índia.

“Estamos preocupados com crescimento da pandemia em países de baixa renda”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Segundo ele, a organização busca reforçar as redes de distribuição de material de proteção para garantir atendimento seguro às pessoas contaminadas e salvaguardar o trabalho de médicos e enfermeiros.PUBLICIDADE

Plataforma científica sobre a covid-19

O diretor-geral anunciou a criação de uma plataforma científica comum sobre o novo coronavírus, para o compartilhamento de avanços nas pesquisas de tratamentos e vacinas. Todos os países-membros da OMS estão convidados a aderir à plataforma.

Uma das maiores preocupações em relação ao desenvolvimento de vacinas é que elas sejam patenteadas de forma privada e, com isso, não possam ser replicadas e produzidas de forma universal. A plataforma, além de permitir uma troca mais rápida entre cientistas, também indica que a OMS busca que remédios que venham a ser aprovados ou um futuro imunizante tenham licenças abertas.

Câmara aprova indenização de R$ 50 mil a dependentes de profissionais de saúde mortos pela Covid-19

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (21) o Projeto de Lei 1826/20, dos deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Fernanda Melchionna (Psol-RS), que prevê o pagamento, pela União, de compensação financeira de R$ 50 mil aos profissionais e trabalhadores de saúde incapacitados permanentemente para o trabalho após serem contaminados pela Covid-19. A indenização se aplica também no caso de morte por essa doença.

Segundo o substitutivo do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), que será enviado ao Senado, serão atendidos também, por incapacidade ou morte:

  • os agentes comunitários de saúde ou de combate a endemias que tenham realizado visitas domiciliares durante a pandemia;
  • aqueles cujas profissões de nível superior sejam reconhecidas pelo Conselho Nacional de Saúde;
  • aqueles cujas profissões, de nível técnico ou auxiliar, sejam vinculadas às áreas de saúde; e
  • aqueles que, mesmo não exercendo atividades-fim de saúde, ajudam a operacionalizar o atendimento, como os de serviços administrativos e de copa, lavanderia, limpeza, segurança, condução de ambulâncias e outros.

“Esses profissionais estão dando a vida para salvar as nossas”, afirmou Fernanda Melchionna, citando todos os autores de projetos apensados e outros que participaram da articulação para aprovar a matéria. Também foi citado o movimento Mais do que Palmas, que inspirou a apresentação do projeto.

Já para Reginaldo Lopes, o projeto mostra uma valorização mínima que deve ser dada a esses profissionais. “Depois, devemos avançar mais na garantia de um piso mínimo e carga horaria para os profissionais de enfermagem”, disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou que a indenização é uma forma de reconhecer o esforço daqueles que se contaminaram atuando na linha de frente do combate ao coronavírus. “Sabemos que nada substitui a dor pela perda de um ente querido, mas acreditamos que esta ação pode ajudar na reestruturação das pessoas que sofrem com a pandemia”, disse Maia.

Valores
O substitutivo determina o pagamento de R$ 50 mil por morte ou incapacidade permanente. No caso de morte, o valor será dividido igualmente entre os dependentes e o cônjuge ou companheiro.

Além desse valor, será devido o valor de R$ 10 mil por cada ano que faltar para o dependente menor de 21 anos atingir essa idade. Ou seja, se o profissional falecido tiver deixado um bebê recém-nascido, ele terá direito a R$ 210 mil.

Para dependentes com deficiência, a indenização será de R$ 50 mil, independentemente da idade.

Os valores somados de todas as indenizações devidas deverão ser pagos em três parcelas mensais, iguais e sucessivas.

Segundo o relator, o total a ser gasto não seria muito, exemplificando que, das cerca de 20 mil mortes por Covid-19 no Brasil, o total de enfermeiros falecidos corresponde a 143. Mauro Nazif ressaltou ainda que muitos deles atuaram sem os equipamentos necessários, arriscando-se muito mais do que seria o tolerável.

Condições de saúde
A presença de comorbidades não afasta o direito ao recebimento da compensação financeira. A indenização poderá ser concedida mesmo que a Covid-19 não tenha sido a única causa, principal ou imediata, para a ocorrência da incapacidade permanente para o trabalho ou do óbito.

Entretanto, deve ser mantido o nexo temporal entre a data de início da doença e o diagnóstico, comprovado por exames laboratoriais ou laudo médico atestando quadro clínico compatível com a doença.

Ordem do dia para votação de proposta. Dep. Mauro Nazif (PSB - RO)

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Brasil está ‘cada vez mais próximo da curva verdadeira’, diz Saúde

“Estamos cada vez mais próximos de uma curva verdadeira do número de casos que têm ocorrido no Brasil”. A informação foi confirmada pelo diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância, Eduardo Macário, durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (21), no Palácio do Planalto, em Brasília. 

Dos 585.307 exames moleculares (RT-PCR) solicitados, de acordo com o Ministério da Saúde, 423.438 já foram analisados —cerca de 72% do total. “Estamos reduzindo a subnotificação e, com isso, auxiliando a tomada de decisões, reforçando a capacidade de resposta dos estados”, disse. 

Em alguns estados, segundo Macário, “quase 100% da capacidade de amostras” foram processadas. “Boa parte dessas investigações estão sendo concluídas com esse aumento da capacidade laboratorial do Brasil. O número é cada vez mais crescente de resultados concluídos, de amostras processadas”, completou. 

Ao todo, já foram distribuídos 3.087.184 exames moleculares para os LACEN (Laboratórios Centrais de Saúde Pública), sendo que 2.663.746 ainda estão em estoque, de acordo com dados do Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial. 

No entanto, até o momento, a pasta não divulgou um balanço com a quantidade de testes rápidos realizados no país, embora eles tenham sido distribuídos em maior quantidade para os estados (4,7 milhões de unidades). A ampliação dos exames no SUS (Sistema Único de Saúde) deve ocorrer em junho, julho e agosto, com 13 milhões de RT-PCR e 8 milhões de testes sorológicos.